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jhiroshi

Minha vida está no trabalho

Atualizado: 22 de nov. de 2023


A vida social, amorosa, pessoal é absorvida pelo trabalho
Quando o trabalho se torna tudo para o paciente, viver sob a perspectiva de um "propósito" é mais significativo do que encarar a si mesmo em sua residência...

Sem vida efetiva, social, emocional, o trabalho o torna em um naufrago em uma ilha selvagem


No filme Naufrago, filme este dirigido por Robert Zemeckis com os atores Tom Hanks, Helen Hunt, o personagem Chuck Noland é deixado preso em uma ilha completamente deserta por 4 anos por um acidente aéreo em que apenas ele se salva.


Chuck precisa lutar para sobreviver, tanto fisicamente quanto emocionalmente, a fim de que um dia consiga retornar civilização, em suma esse é o roteiro do filme. Na vida real, muita gente personifica o personagem Chuck mas sem perspectiva de que um dia possa voltar á civilização. Alguns agarram como a um Santo Graal, há esperança mesmo que inalcançável.


Em sessão, os pacientes costumam resumir suas frustrações e traumas de infância, adolescência ou algum fato específico de forma muito racional, as vezes vitimizado ou irônicos, acostumados a compartilhar suas histórias afim de domar provisoriamente seus medos. Nessa tratativa de não lidar com seu pavor, ingressam por limitarem seus circuitos sociais ou afetivos e engajam definitivamente na vida profissional.


Tal como Chuck que precisa sobreviver, realizando tarefas como buscar galhos, alimentar o fogueira, caçar comida (peixes, pequenos crustáceos, pássaros, etc.), o paciente precisa focar-se nos seus afazeres de função, geralmente sobrecarregados pela pressão do seu chefe, pela demanda mesmo do tipo de serviço. Esses estresses o Chuck também passa, quando enfrenta um temporal que apaga sua fogueira no anoitecer gelado, num espinho de um ouriço do mar que fura seu pé num calor sufocante em busca de peixes num coral de maré baixa. O trabalho exerce sua nível de estresse de altos e baixos e precisa de um equalizador para moderar seu desânimo.


No caso do naufrago, estar numa ilha vazia, era preciso buscar algo que pudesse atenuar suas frustrações, tal como o filme, comemorar ao acender uma fogueira a primeira vez, arpoar seu primeiro peixe, realizar de poder ter construído seu abrigo, explorar a ilha toda na esperança de achar que existam outras pessoas, fazer amizade e imaginar-se conversar com a bola Wilson na qual desenhou um rosto com seu sangue para não se sentir só.


Na vida real, mergulhar na vida profissional para fugir dos medos tem um preço muito alto, a pressão triplica porque não descarrega o cansaço mental, então discussões acaloradas com um chefe pode ter proporções dantescas, se importunar com comportamentos inadequados de colegas pode ser um tormento sem fim. A tendência então se torna rotineiro em trazer em todas as sessões, conteúdo sobre o trabalho, sobre aquela situação ou outra que passou, não há espaço na vida que não seja "profissional".


Não haverá paz e tranquilidade no trabalho, passou-se a lavar a "roupa suja" da vida social, emocional no serviço. Decepções familiares são deslocados para certos colegas que agem da mesma forma quando se foi magoado ou aquele chefe que age de forma imatura, tão comparado ao ultimo relacionamento tóxico que se viveu e não mais quis se relacionar.


Parece ser fácil compreender quais são os critérios para uma vida mais tranquila, nem sempre todos conseguem resinificar suas vidas e carece de ajuda psicológica, que está tudo bem e sempre há uma escolha para buscar uma saída a tudo. O naufrago da vida real precisa separar os afazeres das atividades que lhe dão prazer para equilibrar seu emocional, a questão é que nem todos se sentem merecedores da algo que lhes dê algo que proporcionem seu bem-estar, então realmente isso precisa ser trabalhado em sessão...







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