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jhiroshi

Ansiedade como faca de dois gumes

Atualizado: 22 de nov. de 2023

Paciente descreve como um mal necessário...


Estar focado aos estudos ou relaxar e ir assistir a um filme?
Incomodamos com a ansiedade como algo maléfico, na verdade olhamos apenas para este lado. Quando validamos como algo bom, não queremos bancar a habilidade

Tratei certa vez de um paciente que trouxe uma queixa de uma ansiedade focada fora do seu entorno familiar (esposa e filha), lhe gerava certo tremor físico aparente ao lidar com conhecidos, relatou prever as falas da conversa e adiantar nos assuntos temendo que a conversa se prolongasse. No trabalho, preferia agir de forma contida, evitando diálogos longos com seus clientes e focando no que tinha que ser feito. Esse incomodo lhe causava frustrações porque a dúvida do desconhecido não era algo agradável e verbalizava que preferia que os outros ditassem suas falas sendo ele apto a ouvir e aceitar seu tempo e dos demais. Quanto ao convívio familiar, já conseguia "relaxar", permitindo-se ouvir mais sua esposa e filha, capacitando numa conversa mais rica sem tantas irritações e tremores físicos.


Nas sessões seguintes relaxou sua fala quando entendeu seu processo psicoterapêutico e se familiarizou com o profissional, mas continuou exibindo sua fala nos efeitos colaterais que gerava sua ansiedade. Passou então a dar detalhes sobre sua conduta e quando seu comportamento ficou mais evidente para as pessoas de convívio, isso ajudou na construções de um histórico de crises durante sua vida.


Por outro lado, a queixa deu lugar a uma outra fala, quando o paciente passou a relatar que a ansiedade lhe ajudou a incentiva-lo a ser mais dinâmico com sua vida profissional, tal comportamento lhe ajudo a angariar mais clientes, tratava-se de uma forma motriz que ajudou ser mais focado e alinhado com seu trabalho. Ao lidar com pessoas que nem sempre tinha paciência, a irritabilidade fazia agir desta forma. Então a Ansiedade se tornou uma ferramenta, uma habilidade e não uma doença.


Foi muito difícil o paciente aceitar e principalmente ter consciência do efeito colateral dessa "habilidade", rejeitando o processo de ao menos validar sua responsabilidade em suas escolhas, por fim cedeu ao encerramento abruto das sessões não dando explicações posteriores. A questão no final é, mesmo algo que nos traga sofrimento é necessário consciência das escolhas que tomamos, tornarmos responsáveis já é um passo considerável. Negar-se a ela é vivenciar um ciclo vicioso sem fim, então se explica a vitimização...

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